Thursday, June 22, 2023

Entrelinhas Pontilhadas (Trilha Sonora) Abertura - Strappati Lungo i Bordi - Giancane 「LETRA」



Te lo ricordi qualche anno fa
Quant'eravamo soli?
Sempre rinchiusi dentro ad un garage
E tutto il mondo fuori









Entrelinhas Pontilhadas (Trilha Sonora) Abertura - Strappati Lungo i Bordi - Giancane 「LETRA」



Te lo ricordi qualche anno fa
Quant'eravamo soli?
Sempre rinchiusi dentro ad un garage
E tutto il mondo fuori

[Pre-Ritornello]
Ma adesso che è cambiato tutto
Cambi tu e la tua città
Ma adesso che è cambiato tutto
Anche la musica

[Ritornello]
Qui sembra tutto giusto
È tutto giusto
E a me piuttosto
Mi sembra tutto giusto
È tutto giusto
Il mio disgusto

[Strofa 2]
Me lo ricordo qualche anno fa
Quant'eravate sordi
E noi cresciuti in cattività
Strappati lungo i bordi

[Pre-Ritornello]
Ma adesso che è cambiato tutto
Cambio io e questa città
Ma adesso che abbiamo ammazzato
Anche la musica

[Ritornello]
Qui sembra tutto giusto
È tutto giusto
E a me piuttosto
Mi sembra tutto giusto
È tutto giusto
Il mio disgusto

[Post-ritornello]
E sono giorni che non sogno più
Sarà che forse sto crescendo anch'io
Distruggo un'altra sigaretta
Mentre tutto intorno scorre
Solo io rimango immobile

[Pre-ritornello]
Ma sembra tutto giusto
È tutto giusto
Ed io piuttosto, oh
Credo sia tutto giusto
È tutto giusto il mio disgusto

[Ritornello]
Qui sembra tutto giusto
È tutto giusto
E a me piuttosto
Mi sembra tutto giusto
È tutto giusto
Il mio disgusto

[Post-Ritornello]
Qui sembra tutto giusto
Il mio disgusto
Qui sembra tutto giusto
Il mio disgusto
Qui sembra tutto giusto
Il mio disgusto
Qui sembra tutto giusto
Il mio disgusto
Qui sembra tutto giusto
Il mio disgusto

[Outro]
Il mio disgusto, il mio disgusto, il mio disgusto
Mi sembra giusto
Il mio disgusto, il mio disgusto
Mi sembra giusto


Entrelinhas Pontilhadas (Trilha Sonora) Abertura - Strappati Lungo i Bordi - Giancane 「LETRA」 - Tradução em Português


Você se lembra que alguns anos atrás
Quão sozinhos estávamos?
Sempre trancado em uma garagem
E o mundo inteiro lá fora

[Pré refrão]
Mas agora tudo mudou
Mude você e sua cidade
Mas agora tudo mudou
Música também

[Refrão]
Tudo parece bem aqui
Está tudo certo
E para mim um pouco
Tudo parece certo para mim
Está tudo certo
meu desgosto

[Verso 2]
Eu me lembro disso alguns anos atrás
Quão surdo você era
E nós crescemos em cativeiro
Rasgado nas bordas

[Pré refrão]
Mas agora tudo mudou
Eu mudo e esta cidade
Mas agora que matamos
Música também

[Refrão]
Tudo parece bem aqui
Está tudo certo
E para mim um pouco
Tudo parece certo para mim
Está tudo certo
meu desgosto

[Pós-Refrão]
E já faz dias que não sonho mais
Talvez eu esteja crescendo também
Eu destruo outro cigarro
Enquanto tudo ao redor flui
Só eu permaneço imóvel

[Pré refrão]
Mas tudo parece certo
Está tudo certo
E eu prefiro, oh
eu acho que está tudo bem
está tudo bem meu desgosto

[Refrão]
Tudo parece bem aqui
Está tudo certo
E para mim um pouco
Tudo parece certo para mim
Está tudo certo
meu desgosto

[Pós-Refrão]
Tudo parece bem aqui
meu desgosto
Tudo parece bem aqui
meu desgosto
Tudo parece bem aqui
meu desgosto
Tudo parece bem aqui
meu desgosto
Tudo parece bem aqui
meu desgosto

[Outro]
Meu nojo, meu nojo, meu nojo
Parece certo
Meu desgosto, meu desgosto
Parece certo



Entrelinhas Pontilhadas (Netflix)



Entrelinhas Pontilhadas, animação italiana original da Netflix, acompanha um cartunista (Zerocalcare) de meia idade enfrentando uma crise de identidade em sua vida pessoal e artística.
Ele passa a questionar o caminho que sua vida tomou até aquele momento e se fez as escolhas certas durante o percurso.
Tudo isso enquanto discute com sua própria consciente, personificada em um tatu falante.
A série explora questões da vida adulta e de relacionamentos românticos de forma ácida e realista.

Desde 2021 / min / Comédia, Animação
Título original : Strappare lungo i bordi
Criado por Zerocalcare
Elenco: Zerocalcare, Valerio Mastandrea
Nacionalidade: Itália




CRÍTICA - Entrelinhas Pontilhadas (Netflix)



Zerocalcare, pseudônimo do fumettista (cartunista) italiano Michele Rech, provavelmente não terá apelo no Brasil ou, para ser sincero, em qualquer país fora da Itália, onde ele goza de alguma reputação. Mas Entrelinhas Pontilhadas, uma inteligente versão nacional para o título original que pode ser traduzido mais diretamente como “Rasgue ao Longo das Bordas“, animação em seis episódios baseada pelo menos em parte em sua vida, não exige que se conheça seu autor – também diretor, roteirista, narrador e dublador de todas as vozes, com exceção de parte do último capítulo) -, mas sim que se aprecie uma excelente aula de narrativa audiovisual.

Com duração total de um longa-metragem padrão, a animação, que é feita integralmente no estilo dos quadrinhos independentes que ele publicou em seu país natal, lida com Zerocalcare hoje, aos 37 anos, partindo para uma viagem com seus dois melhores amigos, Sarah e Secco, para lugar incerto, por razões não sabidas e, no processo, relembrando sua vida não só adulta, como também em outros dois momentos-chave, quando criança e quando adolescente em flashbacks entrecortados e trabalhados como partes integrais do todo. Aliás, é interessante notar, logo de cara, que mesmo essa estrutura macro – uma viagem – não fica clara logo de início dada a principal característica da série: sua vertiginosa velocidade.

Não me lembro de outra obra em que tanta informação é jogada tão rapidamente na tela de maneira tão eficiente. Grande parte dos episódios é narrada intensamente pelo protagonista, com as imagens servindo de apoio, de ilustrações para o que ele explica, mas sem didatismo, sem pegar na mão do espectador, muitas vezes emulando fluxo de consciência. Tentar entender o italiano ou mesmo as legendas em português em apenas uma sentada é perder muito da série – não da história, pois esta é simples e prosaica, o que torna muito fácil conectar-se com Zerocalcare de imediato – e assisti-la em qualquer outra língua que não a original é crime inafiançável dada a conexão estreita da verbalização de sentimentos na língua original com os jogos visuais que o criador usa em sua obra., pelo que a série talvez exija ser revista, até porque a compressão do destino do protagonista e seus amigos empresta outro significado ao que é visto no começo.

O roteiro é repleto de questões cotidianas, prosaicas como ir a um banheiro de boate ou restaurante ou como um apartamento de um solteirão é dividido (aliás, é impressionante ver tanta realidade sendo jogada em nossa cara!), o que empresta uma leveza enganosa à série que intercala assuntos mais difíceis e complexos como amor platônico e relacionamentos abusivos, tudo sem que a narração onipresente ou os econômicos diálogos perca seu ritmo ou altere a direção da narrativa macro. Tudo o que vemos e ouvimos faz parte de um todo complexo, sem saídas fáceis e repleto de alegrias e decepções chamado vida, a mesma vida que nos bombardeia inclementemente todos os dias com velocidade muito superior a que Zerocalcare tenta imprimir à sua história.

O uso de linearidade não linear, ou seja, uma história principal, mas de menos destaque até o episódio final que avança em apenas uma direção intercalada por diversas outras, sem ordem fixa, que a alimentam, é a grande jogada da série para fazer tudo funcionar, tudo realmente encaixar-se em seus espaços, permitindo que tenhamos um panorama irônico, engraçado, sério e triste sobre uma vida que poderia ser a minha, a sua ou a de alguém que conhecemos. Zerocalcare revela-se como um excelente maestro de tempo acelerado que consegue comprimir suas mensagens em episódios que, tão logo começam, acabam, dando a distinta impressão de que toda a jornada se deu literalmente em um piscar de olhos, entre uma inspiração e uma expiração criando no espectador a mesma angústia que o protagonista sente cada vez mais apertando seu peito.

Deixei para falar no proverbial elefante na sala apenas no final de propósito. Na verdade, o tatu na sala, para ser mais preciso, esse aí que vocês veem na imagem que escolhi para ilustrar a crítica. Esse tatuzão é a personificação da consciência de Zerocalcare, surgindo por vezes ao longo da série para comentar o que ocorre, dando-lhe conselhos que vão na contramão do que esperamos de um personagem que em tese funciona como o Grilo Falante. Releguei ao tatu ao tratamento na rabeira da crítica unicamente porque, apesar de entender seu propósito, ele me parece muito mais um artifício do autor para chamar a atenção dos espectadores do que realmente um personagem com função narrativa desenvolvida e clara para o desenvolvimento da ação. O protagonista já é reflexivo mais do que o suficiente, tendo Sarah como uma amiga lúcida na forma como enxerga as coisas. O tatu é… inútil para além de ser algo que pode ser usado nas sinopses chamativas da série. Zerocalcare – o personagem – não é definido como sendo o cara que fala com um tatu, mas sim como um adulto em uma jornada de autoconhecimento que tenta dar sentido ao que viveu até agora. Entrelinhas Pontilhadas seria melhor ainda sem o sempre enfezado e intrometido bicharoco.

Mas isso não importa muito. O tatu gigante não aparece tantas vezes assim ao ponto de realmente atrapalhar a narrativa mais do que cinética dos parcos – mas muito bem utilizados – seis episódios da série. O que realmente faz diferença está intacto no trabalho de Zerocalcare, ou seja, sua maneira peculiar e difícil, mas impressionantemente perfeita de narrar uma vida comum em uma história que tem o potencial de nos levar das risadas às lágrimas muito facilmente, mas nunca em razão de sentimentos menos do que próximos ao nosso peito.

Entrelinhas Pontilhadas (Strappare Lungo i Bordi – Itália, 17 de novembro de 2021)
Criação: Zerocalcare
Direção: Zerocalcare
Roteiro: Zerocalcare
Elenco (vozes originais): Zerocalcare, Valerio Mastandrea, Paolo Vivio, Chiara Gioncardi, Veronica Puccio, Ambrogio Colombo, Michele Foschini, Ezio Conenna, Alessandra Sani
Duração: 115 min. (seis episódios)




“Entrelinhas pontilhadas”, o lamento de uma jovem geração. Artigo de Paolo Benanti



“Entrelinhas pontilhadas” parece ser o lamento de uma geração que ainda não decidiu quem quer ser, que achou que podia não escolher e que o tempo para se definir podia ser adiado ao infinito, apenas para depois se dar conta de que o tempo voou e foi habitado por um nada indefinido.

O comentário é de Paolo Benanti, frei franciscano da Terceira Ordem Regular, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e acadêmico da Pontifícia Academia para a Vida. Em português, é autor de “Oráculos: entre ética e governança dos algoritmos” (Ed. Unisinos, 2020).

O artigo foi publicado em Settimana News, 19-06-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Estas linhas são uma reação muito pessoal minha ao assistir a série da Netflix “Entrelinhas pontilhadas”, de Zerocalcare, que eu vi toda de uma vez só. Não são um comentário: não pretendo que algumas das coisas que escrevo estejam realmente nas intenções do autor ou na estrutura da obra.

A obra de Zerocalcare é romana. Com isso, quero dizer que ele fala de um contexto urbano plural e diferente, que também é a matriz da minha vida. Aqui, não quero nem tocar nas inúteis e estéreis polêmicas de quem, para não pensar na dura verdade da obra, se apega à língua ou à dicção... enquanto o dedo aponta para a lua, alguns olham para os fonemas e as terminações das palavras.

Uma advertência: eu vi toda a série e vou falar sobre isso. Se você não a viu, aqui eu vou dar spoilers. Se você não quer spoilers, não siga em frente.

A série

Toda a série gira em torno de um relato que descreve a condição dos chamados NEETs. Esse acrônimo que se refere a “Not in Education, Employment or Training” é um indicador socioeconômico utilizado para identificar aquela parte da população jovem (entre os 15 e os 37 anos) que não está nem empregada nem inserida em um percurso de instrução ou formação. Em 2010, na Itália, mais de dois milhões de jovens eram NEETs (o percentual mais elevado da Europa).

A última crise econômica atingiu duramente os jovens adultos italianos, tornando mais difícil a passagem deles para o trabalho e condenando-os a serem NEETs. Uma série de estudos específicos sobre a Itália mostra que o status ocupacional, as formas de viver o tempo cotidiano e a satisfação de vida e de saúde dos jovens estão associados. A percepção e a satisfação da saúde dos jovens adultos NEETs caracteriza-se pela inatividade, mal-estar, insatisfação e uma dimensão incerta do futuro.

“Entrelinhas pontilhadas” nos faz perceber e viver a condição de crise à qual relegamos uma geração. Terminado o percurso de instrução – superior ou até mesmo ultraespecializado, com o doutorado como para Alice, abre-se um presente sem tempo. Um tempo-não-tempo em que a definição de si mesmo, incluindo a profissionalização (e aqui não é secundário lembrar que, em alemão, por exemplo, profissão e vocação têm a mesma raiz em Beruf e Berufung, ou seja, aquilo que eu sou é dito e encarnado por aquilo que faço), não define quais figuras ou, melhor, quais silhuetas emergiram daquela folha de papel branco, ou seja, daquelas possibilidades gerais que caracterizam a infância e se transformam assim que entramos na idade adulta.

“E então nós caminhávamos devagar porque achávamos que a vida funcionava assim, que bastava rasgar ao longo das margens, pouco a pouco, seguir a linha pontilhada daquilo a que estávamos destinados e tudo tomaria a forma que tinha que ter. Porque tínhamos 17 anos e todo o tempo do mundo” (Zerocalcare).

O grito de uma geração

“Entrelinhas pontilhadas” é um profundo lamento de uma geração de jovens condenados a não serem adultos e a não se definirem. Certamente, não só por culpa daqueles que já são adultos, mas também pelos medos e pelas obsessões que caracterizam a chamada geração Y, isto é, os nascidos entre o início dos anos 1980 e o fim dos anos 1990.

De acordo com inúmeros estudos sociológicos, as características dessa geração e daqueles que fazem parte dessa geração são difíceis de gerir, acham que tudo lhes é devido, têm traços narcisistas e egoístas, e são dispersivos e preguiçosos. Jovens que muitas vezes se encontram na condição de ter tudo o que gostariam de ter, mas igualmente de serem infelizes, e isso porque há quatro fatores que influenciaram o crescimento daqueles que fazem parte dessa geração e que tiveram consequências bem específicas.

O primeiro fator são as estratégias falimentares de educação familiar, que se caracterizaram pelo fato de que, sendo filhos de um bem-estar econômico generalizado, cresceram ouvindo que eram especiais e que “podiam ter tudo o que quisessem da vida, só pelo fato de o quererem”. Isso teve o efeito de não os preparar para a vida real. As cenas com a professora que produz frustração em Zero pela ideia de ter decepcionado as suas expectativas, não sendo realmente especial como todos lhe diziam, talvez seja uma encarnação magistral de tudo isso.

Por isso, “Entrelinhas pontilhadas” parece ser o lamento de uma geração que ainda não decidiu quem quer ser, que achou que podia não escolher e que o tempo para se definir podia ser adiado ao infinito, apenas para depois se dar conta de que, como canta Tiromancino, o tempo voou e foi habitado por um nada indefinido: a cena da ex-estudante de tutoria que tem uma vida e trabalha, ou seja, não é uma NEET, gera uma crise em Zerocalcare, que se descobre, apesar de si mesmo, ainda NEET.

“Em vez disso, debaixo dos nossos olhos, temos apenas estes papéis sem sentido, que eu sei que estão muito longe da forma como imaginávamos. Eu não sei se isto ainda é uma batalha ou se foi assim mesmo que descobrimos que é possível se virar com estas formas irregulares, aceitando que nunca nos farão jogar no time dos ordenados e pacificados. Mas se mesmo assim pudéssemos nos apertar ao redor do fogo e lembrar que todos os pedaços de papel são bons para se aquecer... E, às vezes, esse fogo te basta, outras vezes, não” (Zerocalcare).

O que vem à tona é o grito de quem não consegue fazer o que Marco Paolini intima aos jovens em “Aprile ’74 e 5 Rugby”:

“Eu estou falando de juventude, estou falando de adolescentes, de rapazes que tinham pressa de se tornar adultos.

Adulto é o particípio passado do verbo ‘adolescere’, aquele que acabou de crescer. Hoje, eu conheço mais adúlteros do que adultos, adúlteros de si mesmos, obviamente.

O que vou contar a vocês nesta noite é a história de um grupo de rapazes que tinham pressa de entrar em um mundo adulto que envelheceu sem ser adulto. O meu, o nosso país hoje é isso. É o mais velho do planeta, e o olhamos sem nem sequer perceber o que temos debaixo dos nossos olhos. Sim, temos debaixo dos nossos olhos a mudança da paisagem, mas não a lemos em nós, por quê? Porque nós não podemos nos sentir velhos.

Segundo os italianos, envelhecemos aos 83 anos. Como a expectativa de vida é de 81, segundo os italianos nós envelhecemos depois de mortos!
Eu gostaria de pedir aos meus coetâneos, em primeiro lugar, que ‘saiam do armário’: declarem-se adultos. Renunciem a essa ideia de juventude que nos é vendida cotidianamente, porque há uma confusão genética monstruosa.

Adulto é aquele que jogou com as possibilidades e tem que viver com aquilo que tem: o resto que se dane. Aquilo que você é em potência quando é jovem, você não tem depois. Se você não entende isso, se você impede a quem vem depois que o ultrapasse, porque você, embalado pelo sonho dessa eterna juventude, rouba constantemente tudo o que é produzido por quem vem depois de você, vestindo-o de várias maneiras ao seu redor, você está criando um bloco monstruoso, que nos impede de ler a realidade.

Declarem-se adultos, assumam as responsabilidades.”

Se não for imediatamente, é impossível

“Porque, se algo tem que acontecer, acontece. Toda essa pressa para fazer as coisas acontecerem, foi o capitalismo quem inventou” (Tatu).

Há uma música do Pink Floyd, “Mother”, que mostra que a mãe sobre a qual se canta no texto tem ansiedade demais para permitir a autonomia ao filho. Quando ele pede garantias, ela as fornece, mas ao mesmo tempo o priva da liberdade de escolher. Para a criança/adolescente, não há escolha a não ser a rebelião. Todo o álbum “The Wall” fala da rebelião contra a mãe e a sociedade.
Eis as palavras da música do Pink Floyd:
“Silêncio agora, bebê, não chore. Mamãe fará com que todos os seus pesadelos se tornem realidade. Mamãe vai incutir todos os seus medos em você. Mamãe vai mantê-lo seguro bem aqui debaixo da sua asa. Ela não vai deixar você voar, mas talvez deixe você cantar. Mamãe vai manter seu bebê aninhado e aquecido. Ooooh, bebê, ooooh, bebê, oooooh, bebê, é claro que mamãe vai ajudá-lo a construir o muro.”
Esse conflito resolvido com as figuras parentais, caminho para uma vida de equilíbrio, falta a Zero. A mãe, a quem se deve satisfazer (o pai nunca aparece), ou que deve ficar orgulhosa, ou a quem nunca se deve decepcionar, porém, é a solução e a tábua de salvação que recupera e ajuste os fracassos do filho: a cena do carro e do torcicolo é magistral.
A tecnologia e os seus efeitos desempenham um papel fundamental nisso. Filhos da disseminação do digital que cria uma forte dependência porque permite que o nosso corpo libere dopamina, a mesma que se cria ao fumar, beber ou apostar. A tecnologia, porém, pode ser utilizada por todos, principalmente pelos adolescentes.
Isso significa que, em um período de alto estresse como o da adolescência, os jovens recorrem à tecnologia para fazer com que o seu corpo produza dopamina, e isso os torna dependentes, tanto que, ao longo da sua vida, continuarão recorrendo à tecnologia nos momentos de estresse. Tudo isso repercute sobre as suas capacidades relacionais, tornando-os incapazes de criar relacionamentos de verdade com as pessoas, mas apenas relações superficiais nas quais não confiam.
“E também nós somos estúpidos. Porque insistimos em fazer uma comparação com a vida dos outros, que nos parecem todas perfeitamente recortadas, empaladas, ordenadas, e talvez só sejam tão perfeitas porque nós as vemos de longe” (Zerocalcare).
Tudo é marcado por um senso de impaciência devido ao fato de crescer em um mundo de gratificações instantâneas, sem nunca ter que esperar nada, mas obtendo tudo aquilo que querem com apenas um clique. Isso cria neles um grande sentimento de frustração, no momento em que devem obter resultados que exigem paciência, como muitas das coisas importantes da vida (por exemplo, o amor ou as gratificações no ambiente de trabalho).
São esses os fatores que determinam a sua insatisfação: não é culpa deles, mas da época em que cresceram e em que vivem que os faz conviver continuamente com um sentimento de frustração e infelicidade.
Sem desespero excessivo nem autopiedade, Zerocalcare, em “Entrelinhas pontilhadas”, consegue dizer e representar tudo o que milhares de pessoas vivem hoje e viveram no passado. Entre dezenas de currículos enviados por dia, o icônico MSN, os possíveis cenários diante de uma escolha que sempre parece ser a mais importante da própria vida, tanto quando é, quanto quando é completamente diferente, Zerocalcare compartilha experiências vividas como criança, como adolescente e como alguém com quase 30 anos.
A viagem: o tempo e a morte
Falar da morte em tempos de pandemia é difícil. Falar da morte quando estamos no auge da vida é ainda mais difícil. Sempre é. Mas é ainda mais quando somos jovens, em plena adolescência, quando olhamos mais para o futuro do que para o passado. Para aquilo que ainda não é, e não para aquilo que já foi. Para aquilo que poderia ser, e não tanto para aquilo que poderia não ser. Dentro da transformação do crescer, o encontro com o sentido da morte é crucial.
“É uma coisa que dá medo, mas também é bonita. É a vida” (Zerocalcare).
A viagem que aparece nos três últimos episódios da série é o tema profundo desse crescimento no tempo vazio marcado entre o fim dos anos 1990 e a primeira década dos anos 2000.
Alice morreu, suicidou-se. O problema, porém, não é apenas a perda, mas dramaticamente o porquê de viver. Essa pergunta, uma pergunta de objetivo, toca o coração de cada espectador. O problema não é Zero, nem o Secco nem a Sara. O problema é a vida de cada um de nós. Se Alice está de luto por uma decisão de não viver, nós temos o problema de viver sem uma decisão, e isso é um pouco como morrer, é um luto para os nossos desejos e as nossas paixões.
A metamorfose profunda do crescer, considerando a mudança física, psicológica, social e relacional determinada pelo início da puberdade, leva cada um a conhecer sensações e emoções que têm características de luto, mais precisamente de luto de si mesmo, ou seja, todas as experiências cognitivas e emocionais que a perda acarreta.
Talvez nós, espectadores, pudéssemos ter narcotizado o nosso luto (Narciso tem em si a raiz de narcose, para imitar um discurso com o Tatu feito em Biella), mas Zero não nos permite esquecê-lo. Eu acho que algumas das críticas que se leem por aí, no fundo, são uma reação a essa verdade incômoda que aqui vem à tona: nas nossas vidas quietas, calmas, provincianas, que narcotizam os desejos reprimidos, Zero leva à raiz o grito de precariedade, de solidão, de insegurança e de inadequação.
Nesse nível, só há duas possibilidades opostas e radicais: ou rejeitar tudo ou se deixar acompanhar na descoberta do significado da morte. Isso permite evitar as remoções individuais e coletivas, que é um dos aspectos mais trágicos da vida contemporânea, e permite uma recaída positiva na relação consigo mesmo e com a própria dimensão social.
“Você é faixa preta em como se esquivar da vida” (Tatu).

























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Sanderlei Silveira




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